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Como organizar e administrar orçamento doméstico

Sempre estou abordando algo sobre planejamento e organização doméstica. Não é de hoje que leio e estudo muito sobre o tema. Pra quem não sabe, sou Assistente Social por formação, e no último ano de faculdade fiz uma parte do meu estágio obrigatório na Secretaria Municipal do Abastecimento de Curitiba. Entre tantas atividades e cadastros, haviam cursos voltados para a população. E dentre eles estava o de Economia Doméstica.


Este é um tema que gosto muito, pois sempre vejo pessoas por ai tirando conclusões erradas e precipitadas, como por exemplo: 

- "Fulano pode comprar isso ou aquilo, mas também, ele não tem filhos. Ai fica fácil, não é?! Não tem tanto gasto."

- "Não tenho dinheiro sobrando porque ganho muito pouco, preciso de um aumento de salário!"

-"Nunca tenho dinheiro, tudo está muito caro."

- "Ah mas é muito chato ficar controlando o que eu gasto."

Entre essas e tantas outras falas, vemos algumas poucas e raras verdades e outras muitas e excessivas justificativas para esconder a realidade. O que observo mesmo é que na verdade apenas falta uma organização do orçamento.

Até porque cada um sabe onde é que o calo do sapato aperta em seu pé.
É fácil falar dos outros, principalmente do que vemos superficialmente na vida alheia. Mas todos temos uma realidade com a qual temos que lidar. Seja ela com ou sem filhos, ganhando dez ou mesmo um salário mínimo. Nós somos os únicos responsáveis pelo nosso orçamento.

Tempo é dinheiro, quem nunca ouviu esta expressão?!
E por que digo isso? Pois geralmente os autores das frases mencionadas anteriormente sequer sabem o quanto gastam por mês. E alguns não sabem nem mesmo o quanto ganham. Vendem seu tempo de trabalho, sua mão de obra e sua vida por nada. Passam anos reclamando e cavando um buraco para tapar outro, ao invés de encarar a realidade e buscar uma alternativa realmente eficaz.

Mas isso existe mesmo? Tem gente que não sabe nem mesmo o quanto gasta ou ganha?
Como pode alguém que trabalha tantas horas por semana e não saber o quanto ganha?

Infelizmente sim, e isso é muito mais comum do que imaginamos. Fico analisando o seguinte: como podemos achar chato ou difícil tirar um tempo para organizar o próprio orçamento?

Se não bastasse a preguiça, até o computador ganha a culpa em alguns casos, como por exemplo:

- "Ah mas eu não sei mexer no computador, é difícil fazer essas tabelas."

Sinceramente, isso é mais uma das desculpas para não enfrentar a realidade, porque lápis, papel e uma calculadora, todo mundo sabe usar, não é mesmo?! Além de ser o mínimo necessário para se organizar. E, claro, muita boa vontade também é essencial.

Porque daí, na hora que vê que o fulano comprou isso ou aquilo e não para pra pensar o quanto a pessoa se dedicou ao planejar seu orçamento, até conseguir atingir seu objetivo, por menor ou maior que ele seja. Sequer considera o que o fulano pode ter sacrificado outras coisas em prol daquele objetivo.

Por isso chega um momento em que é preciso acordar e parar de olhar a vida dos outros e aprender cuidar mais do próprio orçamento. A partir do momento em que conhecer suas necessidades, aprender a criar objetivos e também a economizar, terá um orçamento lindo e organizado. Com muitas preocupações a menos.


PARTE 1
As primeiras coisas a serem considerada são: saber o quanto se ganha e pra onde está indo seu dinheiro

1 - Quanto eu ganho?
Se você é assalariado, sabe o quanto recebe líquido todo mês verificando seu holerite/contracheque.

E quem é autônomo, precisa saber a média que recebe a cada mês. É necessário saber quais são os períodos do ano que o rendimento é maior ou menor. A organização tem que ser ainda mais precisa.
Nos meses em que se ganha mais é preciso ter cuidado para administrar este período, para haver um equilíbrio em relação aos meses de menor movimentação. E para que você não corra o risco de ficar no vermelho somente por falta de organização.

2 - Quanto eu gasto?
Podemos dividir os gastos do nosso orçamento em: fixos, variáveis e os extras.

GASTOS FIXOS: são aqueles que já sabemos o valor todo mês, e também os períodos do ano que eles estão inclusos no orçamento.

Por exemplo: prestação da casa ou aluguel, prestação carro, matrícula e mensalidade de escola, condomínio, salário da secretária ou diarista doméstica, poupança (estipule um valor mensal a ser guardado), seguro, IPTU, IPVA e etc.


GASTOS VARIÁVEIS: são os gastos que temos todo mês. Embora não tenham um valor fixo, eles estão todo mês previstos no orçamento.

Por exemplo: supermercado, farmácia, combustível ou passagem, água, luz, telefone, cartão de crédito.

Aqui é importante saber o quanto se consome em média de cada item, principalmente na compra do supermercado. Conhecendo os preços dos produtos que costuma consumir, você sabe o que poderá ser substituído por algo genérico e com o mesmo efeito necessário.



GASTOS EXTRAS: tudo o que não está previsto no orçamento e você gasta durante o mês. Estes gastos extras é imprescindível que você os anote sempre. Eles são os responsáveis pela maior parte gasta no orçamento, principalmente se não houver um controle.
É também daqui que você pode cortar a maioria dos supérfluos. Por mais que pareçam ser inofensivos, de centavo em centavo você pode gastar muito ou economizar muito. É só uma questão de escolha.

Por exemplo: cafezinho, cinema, almoços ou jantares fora, presentes, roupas, cosméticos, materiais de artesanato, etc.

Aqui também você pode anotar algum imprevisto que possa aparecer durante o mês, como conserto de carro ou de casa, um medicamento a mais que precisou comprar.
Nestes casos o ideal mesmo seria ter um fundo de emergência, mas se ainda não tiver, compute como gasto extra. E se organize para o quanto antes você consiga ter um fundo de emergência.

Imprevistos sempre acontecem, em casa nós sabemos que algum cano pode estourar, que em algum momento vai ter que pintar uma parede, fazer algum  reparo. Com o carro não é diferente, pode precisar de uma manutenção, trocar um pneu. Alguma despesa médica ou odontológica pode aparecer. Por mais inesperado que seja, nós sabemos que estas coisas são suscetíveis a acontecerem.

Quanto mais organizado você estiver, menor a chance de coisas inesperadas te deixarem no vermelho.


PARTE 2
A segunda coisa a ser considerada é criar o hábito de anotar o que gasta e guardar um pouco do que se ganha.

3 - Como organizar meu orçamento doméstico?
Agora que você já conhece seu ganho e gastos mensais, é preciso organizar tudo isso.

Faça uma tabela no computador, ou mesmo em um caderno, relacionando todos os itens mencionados anteriormente.

Organize da forma que você achar melhor. Sugiro que faça por data de vencimento, assim fica mais fácil de visualizar e não esquecer de realizar os pagamentos.

4 - Como pagar dívidas?
Se a sua situação está bem longe de estar organizada, priorize o pagamento das dívidas. Renegocie para que você consiga uma forma mais adequada e eficaz de saldar de vez esses compromissos. Cada situação é uma, mas busque alternativas que você consiga pagar em menor prazo e com menor juro.

Não é uma regra, mas em alguns casos pode compensar mais fazer um empréstimo para saldar todos os débitos pendentes e sair do cheque especial. É um bom exemplo pra quem tem crédito consignado (os juros são menores, o desconto já é em folha de pagamento), ficando apenas com a prestação do empréstimo para saldar.

Só não vá se empolgar e fazer novas contas pra comemorar o "pagamento das dívidas" e entupir cartão de crédito. Se você comprar um milhão de coisas - porque aparentemente não tem mais dívidas, que tudo está lindo, maravilhoso - seus problemas nunca irão se resolver.
Mantenha os pés no chão e lembre que você trocou um absurdo de juros por outro menor (o do empréstimo), mas a dívida continua ali até que o empréstimo seja quitado.


5 - Faço uma poupança ou um fundo de emergências?
Poupança e fundo de emergências podem ser ou não a mesma coisa, depende da estratégia que você adotar para administrar ambos.

Você pode deixar tudo em uma única conta, mas isso se você for controlado! É aquela pessoa que sabe que o sapato maravilhoso da vitrine do shopping não é uma emergência, e que você não deve urgentemente tirar dinheiro da poupança para comprá-lo.

Para quem acha que o o sapato maravilhoso da vitrine do shopping é uma urgência, que não pode viver sem ele, o ideal é ter uma poupança separada da conta corrente, com um cartão muito bem escondido.  E bem longe do alcance das suas mãos.
Principalmente para não cair em tentação e mexer no dinheiro que "parece estar sobrando". Poupança pode ser para um projeto a longo prazo, pensando na aposentadoria, na compra de algum bem, uma viagem, por exemplo.

O fundo de emergências pode ficar na conta corrente. Ele nada mais é do que deixar uma margem de segurança além do que você precisa para pagar os compromissos mensais. Assim você não precisa, toda hora que aparecer algo inesperado, sair mexendo na poupança ou deixar sua conta corrente no limite, pagando juros excessivos. Como falamos anteriormente, os imprevistos aparecem, então quanto mais se precaver, menor a chance de se endividar.

Pra quem não tem um nem o outro, o  ideal é aprender a guardar um pouquinho de dinheiro todo mês. Se você estiver com muitas dívidas, priorize o pagamento delas, negocie juros, mas não deixe de guardar pelo menos R$10, R$20 ou R$50 todo mês. Até que sua situação esteja normalizada e você consiga guardar seu ideal mensal.

Para facilitar, estipule um valor "x" para economizar todo mês e vá guardando em uma poupança. E busque fazer melhores escolhas em suas compras, controlar melhor os gastos extras e assim você irá, gradativamente, construir um fundo de emergências.
Controlando os seus gastos, você também estará fazendo uma ótima economia, começará a sobrar muito mais dinheiro do que você pensava ser possível de economizar.

Comentários

  1. Olá! Tudo bem? Boa tarde.
    Gostei da sua postagem, e confesso que preciso aprender a me organizar mês a mês. Bjs

    ResponderExcluir
  2. Olá, Bia !
    Perfeito seu post e também preciso aprender muito sobre isso, querida !
    Obrigada pela sua visitinha carinhos lá no blog !!
    Um beijo grande !
    Helena
    www.diaadiacorridinho.com.br

    ResponderExcluir

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